O Brasil será a sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) e diversos grupos estão de olho em levar suas ações e pesquisas para o evento. Entre eles, o projeto ‘Fortalecimento de Capacidades para a Resiliência Local, da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e a Agência Norueguesa para a Cooperação e Intercâmbio (Norec). A proposta vem incluindo também o ABC na discussão pré-COP.
Ao RDtv o coordenador do projeto, Daniel Vaz, explica que a proposta é trabalhada há dois anos. “Essa questão da resiliência para capacidades de resiliência, capacidades locais, fortalecimento, vem da necessidade e da urgência que as mudanças climáticas trouxeram para as nossas vidas. Então, esse impacto chega a todo mundo, ao planeta, e chega na nossa região também.”, inicia.
Dentro dessa proposta foi realizada na região uma consulta local intitulada ‘ABC Para Onde Vamos’, que tem parceria com Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC. A ação faz parte da chamada pré-COP30, que faz parte de uma agenda liderada pelos territórios amazônicos e visa ir além dos temas climáticos urgentes.
“Mas que trate de demandas pelo desenvolvimento sustentável em nível local, respeito aos direitos humanos, o apoio a processos na área de bioeconomia, de desenvolvimento científico e tecnológico. Esse seria o saldo positivo que eu acho que o ABC tem como colaborar, tem como ensinar e tem como aprender também em processos que já vêm acontecendo na região, como o de hidrogênio verde, da economia solidária e outras maneiras de baixar o carbono do planeta.”, segue o especialista.

Daniel aponta que muitos problemas vividos no ABC como a questão da coleta e tratamento dos resíduos sólidos, sua destinação e outros processos do dia a dia de uma área urbanizada também são vistos nas 20 principais zonas periféricas do Brasil, sendo que metade delas estão nas cidades amazônicas.
“Então, ainda mais a questão do meio ambiente e da construção de um processo de desenvolvimento local que também é feito na nossa região bastante pelas indústrias, mas que vem se reconfigurando também. A questão é produzir novos mecanismos que continuem levando ao desenvolvimento. Isso é necessário também usar os recursos naturais, mas com responsabilidade e, eu diria também, com um comprometimento que vai mais além da natureza.”, diz.
“Porque estou fazendo os comparativos de região amazônica e ABC, mas para entender por que essa ação chegou no consórcio. A gente, dentro desse processo de consulta na região amazônica, que é muito vista e muito cuidada dentro das questões dos povos tradicionais, de maneira justa, claro, e também da preservação, mais do que uma conservação que seria a utilização racional desses recursos. Então, dentro desse processo, sobra poucas condições para aquelas populações se desenvolverem.”, conclui.