Pesquisar

Paciente com TEA será bandeira de Luana Eloá, vereadora eleita em SBC


Vereadora eleita com 3.043 votos para ocupar umas das 28 cadeiras na Câmara de São Bernardo a partir do dia 1º de janeiro, Luana Eloá (MDB) já definiu que sua prioridade no primeiro ano no Legislativo será trabalhar para que a cidade efetivamente cumpra a legislação e crie políticas que atendam à população autista, com campanhas de conscientização e treinamento de agentes públicos. Uma das lideranças na causa da neurodiversidade, Luana afirma ao RDtv que foi o fato de a comunidade não se sentir representada, quando não explorada, que serviu de incentivo para que se colocasse à disposição para aceitar o desafio de entrar na disputa e tentar ser a voz do grupo dentro da Câmara.

Segundo Luana, há um discurso oficial de que São Bernardo está melhor do que outras cidades no que se refere ao atendimento a pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), mas o que se sente no dia a dia é que a comunidade atípica do município vive à margem da sociedade. A futura vereadora avalia que o município criou leis a partir de cobranças e trabalho de quem vive o dia a dia do público autista, como o Cordão do Girassol, mas que é preciso ir além e criar políticas públicas que funcionem, e nisso a Prefeitura tem falhado, porque não há um atendimento real para a comunidade.

“O que temos são atendimentos pontuais, temporais, e isso faz com que a comunidade não consiga se desenvolver. Falta fiscalização, uma cobrança real e massiva para que os nossos órgãos públicos venham a nos atender com qualidade. As pessoas não entendem como nós falamos, e aquilo que não entendo não consigo incluir. Então, enquanto a gente não tiver políticas públicas de conscientização, para que as pessoas entendam que a neurodiversidade é algo interno, invisível, vamos continuar com políticas temporais, como o Cordão de Girassol, que é maravilhoso, que nos identifica, mas muitas famílias nem sabem para que serve porque nunca tem uma divulgação real para que a informação chegue até alinha de frente”, afirma

Luana Eloá diz que todas as leis em São Bernardo que tratam do autismo foram implementadas a partir de “muito clamor” – Foto: reprodução RDtv

Luana Eloá lembra que todas as leis criadas em São Bernardo e que tratam do autismo foram implementadas a partir de “muito clamor” da comunidade para que algum vereador ou deputado abraçasse a causa da comunidade, mas que viver na dependência de simpatizantes não permitiu à comunidade ter um desenvolvimento real, porque era uma atenção seletiva e temporal.

“A gente precisa de uma atenção constante, mas essa falta de atenção, de uma responsabilidade com a comunidade atípica real, e também a dificuldade que eu tinha de fazer com que entendessem o que vivemos, fez com que a gente começasse a ouvir da própria comunidade que tinha chegado a hora de nós nos representarmos”, diz.

Com o passar do tempo, a presença de, pode-se dizer, ‘aproveitadores em atividades organizadas pela comunidade foi percebida e lideranças do grupo decidiram que era preciso barrar de alguma forma a participação desse tipo de pessoa, cujos objetivos iam além de marcar o apoio. “Chegou uma hora que a gente precisou dar uma basta nas pessoas que iam nos nossos eventos, tiravam fotos para postar nas redes sociais e falavam que estavam ali por nós, mas não nos ouviam. Por isso precisávamos de alguém para nos representar, não dá para passar a informação, trazer outra pessoa para nos representar que não viva nosso dia a dia”, comenta.

Sobre a necessidade de treinamento e conscientização do servidor público no que se refere ao atendimento do paciente com TEA, Luana cita caso ocorrido em uma unidade de saúde onde a recepção informou que o autista não tem prioridade, fato que reforçou sua convicção de que é preciso preparar não apenas os órgãos públicos e funcionários para que esse paciente possa ser verdadeiramente incluído, mas também a cidade.

“Sem conscientização isso não vai fluir, e temos de preparar para que possa ser atendido com prioridade. Então, precisamos preparar a cidade, e o carro-chefe é a conscientização, lógico, cobrar as secretarias e as demais áreas para que funcionem e acabar com essa paralisação do atendimento que a gente vive”, completa Luana Eloá.






Fonte: Reporter Diário

Mais recentes

Rolar para cima