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Covid-19 volta a preocupar; ABC tem mais de 1,1 mil casos e 34 mortos esse ano


Especialista aponta que prefeituras devem aumentar testagem e fazer busca ativa de idosos e imunossuprimidos para vacinar. (Foto: Evandro Oliveira/PMM)

Cinco anos e sete meses depois da pandemia da covid-19 chegar ao ABC, a doença, apesar da vacina disponível nos postos e o conhecimento obtido pela ciência sobre a doença, ainda faz vítimas. Na região, somente do início do ano até 30 de agosto, o número mais atualizado do Ministério da Saúde, foram 1.109 casos do novo coronavírus identificados em pacientes com síndrome respiratória aguda grave, destes 34 morreram. Do início da pandemia até essa data 317.872 moradores da região morreram da doença.

O número que mais chama atenção é a taxa de mortalidade para cada grupo de 100 mil habitantes. Na região cinco cidades estão com essa taxa abaixo de 1; só Santo André assinalou taxa de 1,11 e São Caetano tem o número mais alto, de 6,21.

Santo André tem o maior número de casos confirmados de covid-19 do ABC, 439 casos segundo o Ministério da Saúde, até 30 de agosto, com oito mortes. Mas, segundo a prefeitura, esse número cresceu muito em setembro, alcançando 726 casos, um crescimento de 65% em um mês. A cidade já acumula 3.632 mortos de covid-19 desde o início da pandemia. No comparativo dos últimos três meses deste ano com o mesmo período do ano passado é possível visualizar a alta de casos. A prefeitura informou que em julho do ano passado foram 18 casos, e em julho deste ano foram 202, casos confirmados. No mês de agosto nova alta, de 47 para 191. Somente em setembro o número deste ano foi menor, de 119 para 14. A prefeitura disse também que no momento há cinco pessoas internadas diagnosticadas com covid-19.

Quanto à vacinação a prefeitura informa que aplicou 2.305.881 doses da vacina Covid, imunizando 100% da população maior de 12 anos. A partir de janeiro de 2024, a vacina  entrou para o Calendário Nacional de Imunização Infantil, para o público de 6 meses a 4 anos 11 meses e 29 dias. Mas em 2024 essa cobertura ficou em apenas 14,69% e neste ano em 6,20%. Para garantir a vacinação a população é orientada no momento da matrícula escolar. “Na operação matrícula, o público elegível é encaminhado para a unidade de Saúde, para atualização de Cartão Vacinal. As Unidades de Saúde, seguindo o Programa Saúde na Escola, realizam ações nas escolas de seu território, onde avaliam o Cartão Vacinal”, diz o paço andreense.

O Ministério da Saúde, informa que Diadema tem 59 casos confirmados de covid-19 e cinco óbitos este ano, com dados até agosto. Já a prefeitura diz que teve 361 casos confirmados (sem hospitalização), e nenhum confirmado entre julho e setembro. O paço diademense diz que esse ano teve 19 casos que precisaram de hospitalização e que este momento um paciente continua hospitalizado. A falta de vacina é um fator importante para os casos mais graves, já que, segundo a prefeitura, destes 19 casos, 18 tinham só a primeira e segunda doses da vacina e quatro estavam sem a dose de reforço. No ano passado a prefeitura informou que 58 pacientes foram internados com o novo coronavírus sento que 12 não tinham tomado nem a primeira dose, 11 não tomaram a segunda e 19 não tomaram o reforço.

As demais cidades não informaram seus números. De acordo com o Ministério da Saúde, depois de Santo André e São Caetano, em número de casos vem São Bernardo com 144 casos e sete mortos até julho, com taxa de 0,60 para cada grupo de 100 mil pessoas depois vem Diadema, com taxa de 0,94; Ribeirão Pires, com 60 casos, um óbito, tem taxa não calculada por ter população menor; Mauá teve 38 casos confirmados, três mortos e taxa de 0,42 e Rio Grande da Serra apresenta dois casos e nenhum óbito este ano pela doença.

A taxa de mortos por 100 mil habitantes é preocupante segundo o médico pneumologista e professor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Victor Hugo Martins. Para ele a covid-19 ainda causa muito impacto na saúde do país. “Acho que sempre é importante esse esforço quando se fala de infecções respiratórias. A covid-19 continua circulando e ainda causa impacto, especialmente em idosos e pessoas com doenças crônicas. É importante manter vacinação em dia, testagem e isolamento em caso de sintomas. As autoridades devem seguir monitorando e orientando a população, principalmente nos meses de maior circulação viral”, destaca.

O especialista vê com preocupação a taxa de mortalidade de 6,21 de São Caetano. “É um sinal de alerta. Mesmo com poucos casos absolutos, a taxa indica maior vulnerabilidade local. É importante verificar cobertura vacinal, subnotificação e entender o perfil etário da população. São Caetano tem população mais idosa e alta prevalência de doenças crônicas, o que explica parte da maior mortalidade. Além disso, por ser uma cidade menor, poucos óbitos aumentam muito a taxa proporcionalmente se comparado a cidades maiores como São Paulo”, diz o pneumologista.

Segundo Martins, o maior número de casos, 439, em Santo André, mostra que o município também testa mais. “O número alto de casos mostra boa testagem, mas a taxa de mortalidade ainda exige atenção. É essencial manter vacinação atualizada e vigilância ativa para evitar surtos e internações. As cidades devem buscar ativamente idosos e imunossuprimidos para vacinar e ampliar testagem. Além disso sempre é importante uma boa campanha vacinal tanto para covid quanto para outros vírus respiratórios. Medidas simples ainda são as que reduzem mortes e evitam sobrecarga dos hospitais”, completa o especialista.

 






Fonte: Reporter Diário

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