A deflagração da operação Estafeta, da Polícia Federal, que culminou nos afastamentos do prefeito de São Bernardo, Marcelo Lima, e do presidente da Câmara Danilo Lima (ambos do Podemos), repercutiu na classe política da cidade nesta quinta-feira (14/08). O deputado federal Alex Manente (Cidadania), o deputado estadual Luiz Fernando (PT) e o ex-prefeito Orlando Morando (sem partido) lamentaram o ocorrido e usaram suas redes sociais para comentar o caso.
Manente foi o primeiro a se posicionar. “Apesar de termos avisado durante a eleição que isso poderia acontecer, não vejo motivo nenhum para comemorar. São Bernardo ser palco de investigações de corrupção e lavagem de dinheiro só mancha a nossa história, assim como vimos em outras oportunidades.”.
Segundo colocado nas eleições de 2024, Alex se colocou à disposição da vice-prefeita Jéssica Cormick (Avante) e da população de São Bernardo, além de pedir transparência nas investigações que são realizadas pela Polícia Federal.
Na sequência, Orlando Morando se posicionou no início de sua live para tratar de assuntos da Secretaria Municipal de Segurança Pública em São Paulo. O ex-prefeito, que teve Lima como seu vice, relembrou que sua candidata à sucessão era sua sobrinha Flávia Morando (União Brasil), e que no segundo turno escolheu apoiar Marcelo, pois “o conhecia mais”.
“Eu estou triste, estou triste pela cidade de São Bernardo do Campo. Uma turbulência política dessa não é bom para a cidade, não é bom, eu tenho certeza de que isso não é bom. Ter a nossa cidade no noticiário nacional, isso não faz bem. Eu nunca imaginei que a gente fosse passar um momento triste como esse. E eu tenho certeza que é a mesma tristeza que o povo de São Bernardo está sentindo no dia de hoje.”, comentou.
Em nota, Luiz Fernando afirmou que recebeu com surpresa a notícia sobre a operação da Polícia Federal contra Marcelo Lima, vereadores, secretários, assessores e empresários. E ressaltou que está buscando entender de maneira completa a apuração dos fatos para emitir sua opinião sobre o assunto.
Porém, resolveu destacar que o agora ex-assessor da deputada estadual Carla Morando (PSDB), Roque Araújo Neto, está entre os investigados. “Desta forma, é necessário elucidar se os contratos suspeitos são desta ou da gestão Orlando Morando: se envolve o ex-prefeito ou somente o atual, posta a suposta participação do assessor da referida deputada.”.
No início da tarde, Carla emitiu nota oficial afirmando que ao saber da investigação mandou exonerar imediatamente Roque de seu gabinete e aguarda o prosseguimento da investigação.
Confira abaixo os vídeos completos de Alex Manente e Orlando Morando, e as notas oficiais de Luiz Fernando e Carla Morando:
Nota oficial do deputado estadual Luiz Fernando (PT)
“Recebi com surpresa a notícia de operação da Polícia Federal envolvendo o prefeito de São Bernardo do Campo, secretários, vereadores, assessores e empresários. Estou buscando conhecer a completa apuração dos fatos para emitir juízo de valor.
Importante destacar que dentre as supostas pessoas envolvidas no escândalo, consta um atual assessor da deputada estadual Carla Morando, esposa do ex-prefeito da cidade, desde 2019 – o suspeito, Roque Araújo Neto, inclusive, chegou a trabalhar no gabinete do então deputado estadual Orlando Morando entre 2015 e 2016. Desta forma, é necessário elucidar se os contratos suspeitos são desta ou da gestão Orlando Morando; e se envolve o ex-prefeito ou somente o atual, posta a suposta participação do assessor da referida deputada.
Respeito e confio nas investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e torço para que todos os fatos sejam esclarecidos o quanto antes. Infelizmente, quem perde com isso é o povo de São Bernardo.”
Nota oficial da deputada estadual Carla Morand (PSDB)
“A deputada estadual Carla Morando informa que foi surpreendida, na manhã desta quinta-feira (14), pelas notícias veiculadas no noticiário nacional sobre São Bernardo do Campo e pela vinculação do senhor Roque Araújo Neto nas investigações.
Assim que tomou conhecimento dos fatos, determinou a exoneração imediata do servidor, que exercia apenas funções de apoio junto à comunidade, sem qualquer atribuição administrativa no gabinete.
A deputada confia na apuração da Justiça e, caso seja comprovado o envolvimento, que o responsável seja punido com o rigor da lei.”
